quarta-feira, 28 de março de 2012

De uma conclusão óbvia sobre o imprevisível...

Não duvido do poder das paixões, nem mesmo da coerente observação de Voltaire a respeito disso:

“Paixão é uma infinidade de ilusões que serve de analgésico para a alma. As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens nem aventuras nem novas descobertas.”

Contudo, no ponto mais alto das minhas limitações, ouso completar o pensamento do célebre e irônico pensador. Tenho certeza que o mesmo, como fez evidente em vida, poderia não concordar, mas lutaria até a morte pelo meu direito de falar.

A paixão apenas consiste em uma infinidade de ilusões quando chega ao fim... Caso contrário, viver uma ilusão pelos dias da vida faz de qualquer devaneio uma pura e sincera verdade.

E, parafraseando Fernando Pessoa, posso afirmar que “'Naufragar' é preciso” pois não basta navegar sem que algumas paixões sucumbam sob o oceano das corriqueirices da vida, dos acertos e erros individuais ou do simples acaso.

Bom, considerando então que as paixões enfurnam as velas dos navios, ao controle do leme defendo a coragem e a disposição para enfrentar qualquer tempestade, mesmo que alguma me leve à companhia dos abissais, entretanto, com o fôlego e a audácia de um destemido pirata, não hesitaria em emergir, tomar uma nova embarcação e deixar que o sopro de uma paixão verdadeira me guiasse a um destino novo, o qual encararia sem temores...

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