domingo, 10 de outubro de 2010

Tratado sobre a inutilidade do pensar

"Se admitirmos que a vida pode apenas ser dirigida pela razão,

então não existe a possibilidade de vida."



O discurso racional, que busca simplificar as relações sociais, é uma ferramenta de alienação tão grande quanto a mídia ou outra coisa do tipo. Não trato aqui de conceitos filosóficos como o empirismo ou o racionalismo, mas apenas da condição humana frente a existência estritamente racional.

Pensar é a essência do homem, mas quando a razão aparece em detrimento da emoção, ela pouco vale. Se pensarmos isso em termo globais, veremos nosso imenso desenvolvimento e a falta de tato com as questões ambientais, por exemplo, que daqui um tempo serão mais importantes. Se pensarmos o monopólio da razão diante da vida, encontraremos apenas uma felicidade disfarçada, isso se ela existir.

Não é o caso de se defender um idealismo desmedido, pelo contrário, esse causa sofrimento. Contudo, não seria ruim se pensássemos o mundo depois de nossas emoções, se não fôssemos hipócritas o suficiente para negarmos a nós mesmos em benefício daquilo que nos fizeram achar que é melhor, ou mais bonito, ou mais honroso...

Não se trata também de uma argumentação acadêmica, ou de se usar anacronicamente um pensamento imortal pois, se encontramos o embasamento - importantíssimo - para o funcionamento social, ou das ciências, no racionalismo de Platão, Descartes ou Espinoza, encontramos também (pelo menos eu) a essência de um ser mais simplório e puro quando folheamos Tolstoi, Jack London ou Thoreau. Não se trata de um ser melhor, mas de um indivíduo mais claro, mais presente, menos hipócrita consigo e com tudo que deveria nortear as realações do mundo; as emoções mais simples, os ímpetos mais sinceros, os protestos mais coerentes e a razão em benefício deles.


A razão é algo que se constrói só, e o homem solitário nada mais encontra do que a si mesmo, portanto, não enxerga nem lampejos da felicidade.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tudo no devido lugar

Começamos aqui um novo projeto...

Um homem não gosta de admitir que está no fundo. Nem mesmo quando lhe é apresentado o argumento de que agora ele só tem a subir, pois piorar não pode. Creia-me, é possível piorar... sempre. Não é algo a se temer, apenas a se saber.
Já era uma teoria, e ela vem se confirmando; descobri que um dos maiores afrodisíacos do mundo é a inteligência. Não o intelecto em si... A pessoa não precisa ser a Clarice Lispector... Nem ser tão bela quanto uma Françoise Hardy... A pessoa precisa saber apenas quem ela é... e será irresistível por isso. Esse assunto termina aqui.
Como um texto de estreia - que agora nao tem mais o agudo - não pretendo teorizar muito sobre as coisas. Deixo-me levar apenas por um fluxo de consciência sem a preocupação se o blog embala ou não. No fim das contas, nem é a pretensão que me move.

Ah! Em tempo: algum marmanjo que leu isso aqui já deve ter digitado Françoise Hardy no banco de imagens do google. Ela não aparecerá pelada. Desistam... No entanto, suas músicas são ótimas.

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, sofrer de um negativismo positivo não é ruim. E é sobre isso que trataremos por aqui... E sobre todo o resto.

Certa vez um tal de Gramsci disse:

"Sou pessimista pela inteligência e otimista pelo desejo."

E ele estava certinho...